Exposição sobre a obra de Jaime Fernandes

6 de outubro, 2021
Em S. João da Madeira, neste sábado, 9 de outubro, às 17h00
Exposição sobre a obra de Jaime Fernandes abre ao público no Centro de Arte Oliva
 
Diagnosticado com esquizofrenia, passou os últimos anos de vida a desenhar. Hoje é referência na arte bruta europeia.

Diagnosticado com esquizofrenia, Jaime Fernandes (1899-1969) foi internado no Hospital Miguel Bombarda no final da década de 30 do século passado. Aos 60 anos, quando estava já há mais de 30 na instituição, começou surpreendentemente a desenhar. Hoje é um dos nomes mais reconhecidos na Europa no campo da arte bruta, designação que abarca criações artísticas livres  pessoas institucionalizadas em hospícios ou presas.
 
Mais de 40 desses desenhos – provenientes de diversas coleções particulares de Portugal, França, Suíça e Áustria e de instituições nacionais e internacionais, como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Collection de l’Art Brut, de Lausanne – vão estar patentes do Centro de Arte Oliva (CAO), em S. João da Madeira, a partir de sábado, 9 de outubro, numa exposição intitulada "Jaime: 'vi uma cadela minha com lobos'", com inauguração marcada para as 17h00.
 
“Apresentados em conjunto estes desenhos oferecem-nos uma nova possibilidade de leitura e relacionamento com uma obra que ainda hoje nos surpreende e cativa, e que esteve distante do público nos últimos quarenta anos”, informa o CAO, que, para a realização desta exposição, conta com a parceria do Centro de Arte de S. João da Madeira/Associação Cultural Alão de Morais e com o apoio da Direção-Geral das Artes/República Portuguesa.
 
Trabalho de investigação
 
Com curadoria de Andreia Magalhães, diretora do CAO, a exposição resulta de um trabalho de investigação iniciado em 2019, que “teve como objetivo a localização dos desenhos que Jaime realizou nos últimos anos da sua vida e que o tornaram inequivocamente um dos mais reconhecidos artistas da arte bruta europeia”.
 
Refira-se que o CAO acolhe, em regime de depósito a longa duração, um dos principais acervos particulares de arte bruta da Europa – a Coleção Treger/Saint Silvestre – que integra cerca de 1.500 obras de 350 autores de distintas nacionalidades europeias, africanas, americanas e asiáticas. No mesmo regime, a instituição abriga também a coleção de arte moderna e contemporânea Norlinda e José Lima, que incorpora aproximadamente 1.200 obras de arte da autoria de 250 artistas portugueses e cerca de outros tantos internacionais.
 
"Jaime: 'vi uma cadela minha com lobos'" ficará patente ao público no CAO paralelamente a outras duas exposições inauguradas anteriormente: “O Efeito do Observador: À volta da fotografia na Coleção Norlinda e José Lima”, com curadoria de Pablo Berástegui Lozano, e “EUREKA!”, com curadoria dos colecionadores Richard Treger e António Saint Silvestre, que reúne obras da arte bruta e arte outsider.
 
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